FUI TÃO PRODUTIVA QUE MEU CORPO RECLAMOU QUE EU ESTAVA SENDO PRODUTIVA DEMAIS

Algumas semanas atrás não consegui de forma nenhuma ser produtiva e manter o planejamento da semana. Situações inusitadas (inesperadas) aconteceram: uma semana que sai mais tarde do trabalho e precisei entrar no fechamento da loja, minha menstruação desceu e o desconforto (de uma cólica inevitável) me deixou chateada, não consegui estudar (porque minha cabeça não desligava), não consegui treinar (porque meu corpo estava cansado), e consequentemente passei a levantar cansada (mesmo que o único momento que conseguisse manter fosse a rotina matinal).

Por vezes a insatisfação queria se fazer presente, porém, eu estava tão procrastinadora que nem me dei ao trabalho de pensar muito nisso, apenas deixei. Houve um dia, inclusive, em que eu cheguei em casa e no meio de uma conversa com uma amiga eu disse que não queria treinar, estudar, ler ou fazer qualquer coisa de útil. E o que fiz? Tomei um banho, havia passado no mercado e comprado um pacote de batata (salgadinho) e umas rosquinhas (pão doce), arrumei algumas coisas em casa, alimentei os pets e liguei o computador para assistir a uma série que já queria muito.

Minha mãe chegou em casa com meu irmão, e eu já estava para ser engolida pelo sofá de tanto tempo que havia passado ali. E assim encerrei minha semana.

Depois de muito refletir (ou de me frustrar com a situação) é que entendi: eu estava SOBRECARREGADA!

SOBRECARREGADA: A EMOÇÃO DE NÃO ESTAR DESCANSANDO OU TENDO MOMENTOS DE ÓCIO

Quando entendi isso, já era final da semana e minha folga estava chegando.

A grande questão é que algumas semanas atrás eu não me dei momentos de ócio, ou de simplesmente não fazer nada. Não sai para espairecer a mente, não li ou vi nada só por prazer, não deixei de estudar ou de planejar conteúdo para o blog, não deixei de trabalhar, e por aí foi. O corpo e a mente começaram a reclamar essa semana por um pausa - pausa essa que não dei desde o dia em que voltei para a rotina de trabalhar e estudar. Fui tão produtiva que ele reclamou que eu estava sendo produtiva demais.

Hoje, sentada em frente ao computador e escrevendo essa experiência fecho um acordo comigo mesma de me dar (pelo menos uma vez na semana) momentos de ócio. Entendo bem que mantendo a rotina que mantenho - acordar cedo, sair para trabalhar (CLT), estudar para faculdade, treinar e dar andamento ao meu projeto pessoal - o corpo e a mente irão se sobrecarregar, e é preciso que dê tempo a eles (a mim) para recarregar as energias e começar tudo de novo na próxima semana.

No entanto, por vezes ficamos tão focados em sermos produtivos que só de pensar em parar achamos que estamos cometendo um grande erro. Os coachs de redes sociais, nos dizem que não conseguiremos alcançar a vida dos nossos sonhos se não trabalharmos todos os dias de maneira incansável. Precisamos lembrar que não somos os “baby boomers” (os workahoolics de algumas décadas atrás) que o foco era trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, e trabalhar, e trabalhar e por aí vai.

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Vamos aprender que o momento de ócio é necessário para manter tudo em equilíbrio, não precisamos impedir que o sentimento de culpa por não estar sendo produtivo nos abrace, vamos abraça-lo e dizer com carinho que precisamos descansar também. A criatividade, a disposição, a vontade e a motivação retornam após um descanso.

E então, finalmente, podemos começar a nossa rotina novamente.

Faz sentido para você o que falei aqui?

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