‘BLONDE’ – É UMA RELEITURA REIMAGINADA E OUSADA DA VIDA DE MARILYN MONROE



Lançado em setembro de 2022 na Netflix, “Blonde” é uma releitura ousada da vida de Marilyn Monroe, um dos ícones mais famosos de Hollywood. Desde sua infância tumultuada até sua ascensão meteórica.

O longa dirigido por Andrew Dominik possui 3hrs de duração, mas não se engane em pensar que é uma cinebiografia, pois a obra foge totalmente ao que conhecemos de um biografia que conta a história de algum ícone de Hollywood. Existe um meio ficcional em retratar o mito de Marilyn Monroe e a verdadeira Norma Jeane.

Em primeira instância seremos jogados para a infância de Jeane, uma menina que nunca recebeu o amor da própria mãe (que por sinal tinha problemas com alcoolismo e esquizofrenia), que por isso fora levada a um orfanato, já que não possuía uma figura paterna (existia apenas a ilusão de uma e isso ficará claro em muitos momentos do longa).



Então começa a construção do mito, do ícone cultural, do fetiche masculino: Marilyn Monroe. E isso ficará evidente em primeiro momento, logo quando Norma encontra-se com aquele que seria seu produtor (a qual ela chama “paizinho”), ele próprio afirma: “eu criei Marilyn Monroe”. Monroe foi a criação Hollywoodiana de entretenimento, abandono, abuso, violência e morte. E o que podemos tirar de tudo isso: exploração.

Blonde” retrata de maneira crua e fria a exploração de uma mulher, a objetificação de uma pessoa (transformada em ícone sexual) e que foi constantemente invalidada. Monroe/ Norma em muitos momentos demonstra entender de cinema, teatro e interpretação, fala de suas opiniões, busca papéis no cinema e no teatro que tragam maiores prestígios a ela, porém a única coisa que veremos em tela é o desejo de Hollywood em seu apelo sexual, era o quanto ela era bela, e o quanto era idealizada por todos. Afinal ela era “só uma loira burra e não deveria ser nada além disso”, ou por vezes (e mais vezes do que podemos imaginar) apenas “uma puta suja”.



Pensando bem o filme é cronologicamente repetitivo: exploração sexual (somos “agraciados” com cenas de estupro), aborto, melancolia, abandono, violência e morte. E esse ciclo se repete em 3hrs de filme, o que o torna um filme pesado e por vezes impossível de assistir. Nesse ciclo o telespectador vê, e pela primeira vez enxerga, o declínio e a ruína de uma mulher, de um ser humano que aos poucos foi transformado em objeto. Mesmo que em momentos Norma tente ressurgir e ter mais espaço do que Monroe.

Até chegarmos aonde todo ator e atriz de Hollywood chegam: levar uma vida regada a álcool e drogas. Na busca de fugir de todo o trauma que sofreu durante a infância e exploração na vida adulta. E o fim: a morte.

O filme transita entre a fotografia colorida e o preto e o branco, com efeitos cinematográficos clichês (como a representação do feto), e os figurinos que marcaram a carreira de Monroe, a exemplo da cena do vestido branco esvoaçante. Vemos poucos diálogos durante a trama e muitos momentos de monólogos entre Monroe e Norma.

“BLONDE” E O ROMANCE DE JOYCE CAROL OATES




O filme lançado na Netflix é baseado no romance de Joyce Carol, onde a autora reimagina a vida pessoal, profissional e poética de Norma Jeane – a criança, a adolescente e a celebridade que o mundo viria a conhecer como Marilyn Monroe. Com uma narrativa intensa e conflituosa, a obra é um retrato poderoso sobre um mito hollywoodiano e sobre a realidade por trás de uma mulher extraordinária. No primeiro volume de Blonde, é apresentada a juventude ― pontuada por sua complicada relação com a mãe e pelo pai que nunca conheceu ―, o casamento e a sexualização precoces e os primeiros trabalhos de uma das figuras mais famosas e trágicas do mundo do cinema.

E vocês já assistiram ao filme? O que acharam?



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6 Comentários

  1. Ainda não assisti, mas nossa fiquei beem interessada. Adorei que tem na Netflix, vou assistir :)
    E achei interessante que tem 3 horas de duração, wow!
    Adoro dicas do que assistir.

    https://www.heyimwiththeband.com.br/

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    1. Espero que goste moça. Depois volta aqui para contar o que achou. :)

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  2. Eu assisti esse filme e não tenho muita certeza do que pensar dele, são 3h de cenas horríveis e sofrimento da vida dela até o momento que ela morre, mais nada. Mas a direção de arte está belíssima e a atuação da Ana de Armas está digna de Oscar!

    Beijos,
    Livro de Memórias

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    1. Sim. Concordo com você que são 3hrs de pura dor e sofrimento, mas mesmo assim a fotografia está digna e a Ana Armas encarnou a própria Marilyn...

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  3. Não assisti ainda Karolini, mas vi que ele anda sendo bem criticado justamente por essa super exploração do lado trágico da vida da Marilyn. Mas tenho que assistir para tirar as minhas próprias conclusões. Beijos!

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    1. Assista e nos diga o que achou. Apesar das cenas pesadas é inegável que o filme ficou muito bom!

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