O MAIOR BRECHÓ DE LUXO NO BRASIL, TROC, ENCERRA SUAS OPERAÇÕES

A TROC foi fundada no ano de 2016 pela Luana Toniolo e se tornou uma plataforma de moda circular que redefiniu o mercado e brechós no Brasil.

Tudo aconteceu enquanto a mesma retornava para o Brasil após realizar o mestrado em marketing nos Estados Unidos. Com formação em Direito, Toniolo decidiu apostar no empreendedorismo verde. “Quando voltei para o Brasil grávida acharam que era uma loucura apostar tudo o que eu tinha em um brechó de alta qualidade, até porque não era um setor tão aceitável como nos Estados Unidos”, afirmou em uma entrevista a revista Exame.

O negócio deu tão certo que o Grupo Arezzo, liderado pelo Alexandre Birman, resolveu adquirir a TROC no ano de 2020, mantendo a Toniolo como CEO da marca. Após a aquisição a TROC cresceu 800% nesses quatro anos no grupo.

No final de novembro de 2024 a Azzas 2154, após a fusão com o Grupo SOMA, comunicou ao mercado o encerramento de quatro marcas: Alme, Dzarm, Reversa (linha feminina da Reserva) e Simples. Além disso, Luana Toniolo anuncia sua saída da TROC em janeiro de 2025.

GRUPO AZZAS DECIDE ENCERRAR AS OPERAÇÕES DA TROC

Foi um choque para muitos clientes e associados abrir suas redes sociais e descobrir que, em 21 de fevereiro de 2025, a TROC estava encerrando todas as suas operações no Brasil.

Ver essa foto no Instagram

Uma publicação compartilhada por TROC | brechó premium (@trocreal)

Em dezembro passado, após a fusão da Arezzo&CO com o Grupo SOMA, a holding anunciou uma possível reestruturação do seu portfólio, informando que quatro marcas seriam descontinuadas, transformando-as em marcas remanescentes e em outras linhas de produtos. O comunicado também deixou claro que a TROC, Baw e Paris-Texas, estavam em processo de avaliação.

Segundo a Azzas, a revisão do portfólio considerou alguns critérios como potencial de crescimento, capital alocado, retorno sobre capital empregado e geração de caixa, com o objetivo de maximizar o retorno aos acionistas. A empresa revelou que seis marcas - Arezzo, Farm, Hering, Animale, Schutz e Vans - representavam 80% da receita total do grupo.

O QUE O FIM DA TROC REVELA SOBRE A MODA SUSTENTÁVEL?

Em 2024, a TROC fechou o ano com faturamento de R$39 milhões, apresentando um aumento de 35% em relação a 2023. “Crescemos 53% em EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) em 2024, foi o melhor ano da TROC em equilíbrio financeiro”. afirma Toniolo para a revista Exame.

Porém, a decisão da Azzas 2154 de abandonar o segmento de moda circular sugere uma estratégia de concentração de recursos nas marcas tradicionais de maior faturamento e rentabilidade, em detrimento de negócios com propostas de valor centradas na sustentabilidade.

Embora a TROC tenha demonstrado crescimento constante, conforma declarado pela Luana Toniolo, o modelo aparentemente não se encaixou na nova estratégia da Azzas 2154, que deverá concentrar recursos nas marcas de maior escala e rentabilidade imediata.

Será que a sustentabilidade é, realmente, uma preocupação dos grandes grupos de moda? Fica aqui a questão.

Gostou do conteúdo? Não se esqueça de me seguir no Pinterest, dar aquele like no Instagram e me acompanhar no Facebook