Você já ouviu falar do deserto do Atacama? Localizado ao norte do Chile, ele atrai turistas dos mais variados lugares. Muitos interessados em conhecer de perto os gêiseres, desertos de sal, lagoas, um céu deslumbrante e limpo, onde é possível enxergar todas as estrelas possíveis, além disso, uma montanha com cerca de 59 mil toneladas de roupas e sapatos descartados, um lixão do mercado da moda gigantesco e possível de ser visto via satélite.
Estima-se que 30 mil toneladas desses resíduos - casacos, vestidos, calças, jaquetas, sapatos e tudo o mais que um dia já esteve em alguma loja de fast fashion - sejam jogadas ali anualmente. E esse lixo todo não é chileno. A maior parte é vinda dos Estados Unidos e da Europa.
Foi por isso que a ONG Desierto Vestido, em parceria com a Fashion Revolution e Instituto Febre, realizou o Atacama Fashion Week, um projeto da Artplan.
Um desfile, ao estilo das principais semanas de moda, foi realizado no dia 02 de Abril no lixão do Atacama. Os modelos usaram roupas feitas a partir das peças despejadas no local. O projeto contou ainda com um editorial de fotos assinado por Maurício Nahas.
“Decidimos trazer algo que o mundo da moda se orgulha – um belo desfile – para um lugar que é uma vergonha para a moda e a humanidade como um todo: um lixão de roupas em meio a um tesouro do nosso planeta”, observam Rodrigo Almeida, Rafael Gil e Marcello Noronha, CCOs da Artplan. "Transformar o Atacama em um salão de tendências para a economia circular é olhar para o consumo do futuro. Em meio a modelos, passarelas e flashes, há um discurso potente de emergência ambiental e de saúde pública. Destruir o planeta precisa sair de moda", completam.
O Chile é o terceiro maior importador de roupas usadas no mundo. Muitas são vendidas em brechós, mas uma quantidade enorme vai parar no Atacama.
A cultura do “descartável” no mundo da moda tem impacto significativo no meio ambiente. Muitas peças são usadas apenas algumas vezes antes de serem descartadas. Esse problema não se limita apenas ao Chile, mas é um problema global, com resíduos têxteis sendo descartados de São Paulo a Gana.
“Uma mudança sistêmica na indústria da moda é crucial, e todos temos um papel a desempenhar. Das marcas, exigimos transparência e compromissos concretos. Dos governos, esperamos políticas públicas e fiscalização adequada. Como cidadãos, devemos disseminar informações e impulsionar ações”, enfatizou Fernanda Simon, diretora executiva do Fashion Revolution Brasil.
E você já conhecia o lixão a céu aberto de roupas? O que achou da iniciativa? Deixe a sua opinião aqui!
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3 Comentários
Belas escolhas de looks e de ambientações.
ResponderExcluirBoa semana!
O JOVEM JORNALISTA está no ar cheio de posts novos e novidades! Não deixe de conferir!
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Até mais, Emerson Garcia
Caramba que sensacional isso!
ResponderExcluirEu sei que o mundo da moda e da confecção gera muitooo lixo, ou melhor, muitas roupas vão para o lixo, mas não sabia desse lixão no Chile.
Achei a ideia toda sensacional, as fotos... muito incrível e é um assunto que deve ser muito mais discutido.
https://www.heyimwiththeband.com.br/
Não fazia ideia de que esse lixão existia, achei incrível a ideia do desfile, super impactante e nos faz pensar.
ResponderExcluirMuito bacana ver você trazendo esse tipo de informação e conscientização ☺
Estante da Pipoca